Há muitos anos que a Meditação é estudada por cientistas e pesquisadores de grandes universidades e centros de pesquisa em todo o mundo, seja para prevenir doenças, seja para ajudar no tratamento ou mesmo servir de auxílio para a cura. E cada vez mais a Ciência comprova os enormes benefícios da Meditação, mostrando a importância da prática para melhorar a nossa saúde e qualidade de vida, inclusive ajudando no combate do envelhecimento celular.
O cultivo da serenidade mental e do relaxamento profundo, fomentados durante a prática da Meditação, apresenta efeitos benéficos a nível molecular. Alguns estudos científicos revelaram alterações na expressão genética (a atividade específica de determinados genes), associadas ao estado de relaxamento profundo.
Em um estudo intitulado “Genomic counter-stress changes induced by the relaxation response” realizado em 2008, os pesquisadores compararam a expressão genética em todo o genoma de dois grupos de pessoas: aqueles sem experiência anterior em Meditação e as pessoas que praticaram uma técnica comprovada de relaxamento profundo entre quatro e vinte anos. O primeiro grupo passou por oito semanas de treinamento de relaxamento, com coleta de amostras de sangue antes e após o treinamento para comparação da expressão genética. Em ambos os grupos, a Meditação pareceu suprimir a atividade a longo prazo dos genes envolvidos em reações de inflamação e estresse, enquanto estimulava a dos genes responsáveis pela eficiência do metabolismo energético, a secreção de insulina e a reparação do DNA. Essas mudanças eram mais pronunciadas em praticantes de Meditação de longa data.
Num segundo estudo intitulado “Relaxation response induces temporal transcriptome changes in energy metabolism, insulin secretion and inflammatory pathways“, realizado em 2013, observou-se que a Meditação desencadeava mudanças na expressão genética de forma extremamente rápida, imediatamente após a sessão. Os níveis de atividade permaneciam estáveis ou aumentavam 15 minutos após a sessão, sendo mais expressivos entre os meditadores experientes. Novamente, constatou-se uma intensificação na expressão dos genes relacionados ao metabolismo energético, reparação do DNA e secreção de insulina, além de uma redução da expressão dos genes associados a reações de inflamação e estresse.
Os pesquisadores acreditam que o relaxamento profundo diminui o estresse oxidativo a nível celular e controla a inflamação, fatores associados a diversas doenças exacerbadas pelo estresse crônico, como hipertensão, ansiedade, insônia, diabetes e artrite reumatoide. O padrão geral das mudanças observadas em praticantes experientes parece ser consistente, independentemente da técnica de relaxamento utilizada, como Chi Kung, Meditação, Tai Chi Chuan, Yoga e preces repetitivas. Além disso, estudos sugerem que a prática a longo prazo do relaxamento profundo pode combater o envelhecimento celular, promovendo a reparação e a manutenção das faixas de DNA nas extremidades dos cromossomos, chamadas telômeros.
Para se dividir, a célula precisa duplicar todos os seus cromossomos: toda vez que isso acontece, parte do DNA nos telômeros se perde. Com o tempo, nas células que têm de se dividir muitas vezes no decorrer da vida, os telômeros se desgastam a tal ponto que a integridade dos genes contidos nos cromossomos fica ameaçada. Para proteger o corpo como um todo, essas células param de se dividir e se tornam senis; podem chegar a sofrer a chamada “apoptose” ou suicídio celular. Dessa forma, em grande parte das células, os telômeros desempenham o papel de minúsculos fusíveis, consumindo-se gradualmente até atingir o ponto de ruptura.
O comprimento dos telômeros, que fornece uma medida da idade biológica das células, parece estar associado à expectativa de vida, sendo que pessoas cujos telômeros são mais curtos parecem ter menor expectativa de vida. O estresse em ambientes de trabalho desgastantes demonstrou encurtar os telômeros e acelerar o envelhecimento celular. No entanto, o relaxamento profundo, ao promover a atividade de um gene que fabrica a telomerase, a enzima que reconstrói os telômeros, pode contrabalançar os efeitos do envelhecimento celular.
E reforçando estas grandes descobertas, outro estudo intitulado “Intensive meditation training, immune cell telomerase activity, and psychological mediators. Psychoneuroendocrinology” concluiu que práticas intensas e regulares de Meditação contribuem para um aumento na atividade da telomerase, com implicações positivas para o comprimento dos telômeros e a longevidade das células imunes. Conclui-se que essas práticas têm o potencial de retardar o encurtamento dos telômeros causado pelo estresse. E ainda, o estudo revelou uma mudança psicológica positiva à atividade da telomerase, com uma diminuição das emoções negativas nos participantes do estudo.
Todas as pesquisas aqui apresentadas, além de muitas outras já realizadas ou em desenvolvimento, comprovam os inúmeros benefícios da prática da Meditação. Elas podem nos motivar a praticar e estudar mais sobre os efeitos benéficos dessa prática milenar. Diante disso, convido a todos para cultivarmos o hábito de meditar, explorando os vastos benefícios que essa prática pode oferecer.
As informações e pesquisas mencionadas acima foram extraídas do Livro “Meditação – Teoria, Prática e Exercícios Respiratórios” , 2ª edição – mediante autorização do autor.
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